A palavra assédio abrange inúmeros comportamentos que têm uma característica em comum: a natureza ofensiva. São atitudes perturbadoras ou ameaçadoras, que geram algum tipo de importunação. Existem diversos tipos de assédio, como o moral, sexual, psicológico e o virtual, e é nesse último que focaremos neste artigo.
O assédio virtual inclui práticas abusivas recorrentes na internet, que podem acontecer por meio das redes sociais, aplicativos de mensagens, e outras tecnologias de informação e comunicação. Estes meios são utilizados para “cancelar” pessoas e validar comportamentos humilhantes, hostis e violentos.
Apesar de ser crime, atitudes como essas são bastante comuns atualmente, e 77% das mulheres relatam já ter sofrido algum assédio online, por exemplo. Esses abusos podem ocorrer em qualquer meio digital, de forma anônima ou não. E a vítima pode ser qualquer pessoa que se sinta ofendida com os termos das mensagens enviadas, seja no modo público, seja no modo privado.
Um caso de assédio virtual que ficou conhecido aconteceu no ano passado, quando uma violência sexual no metaverso foi denunciada por uma organização sem fins lucrativos chamada SumOfUs. O episódio envolveu o avatar feminino de uma pesquisadora de 21 anos, que participava de um experimento no mundo ficcional.
As imagens do episódio, gravadas pela perspectiva da figura virtual da pesquisadora, mostram dois avatares masculinos próximos a ela, em uma sala. Ambos faziam comentários obscenos sobre a menina, enquanto compartilhavam uma garrafa virtual de bebida.
O recurso “Limite Pessoal”, para evitar interações indesejadas, que define o distanciamento virtual de 1,2 metro na plataforma entre os avatares não incluídos na lista de amigos, estava desativado pela pesquisadora no momento do assédio. Ela também teria presenciado insultos homofóbicos e violência armada virtual no metaverso. Essa ferramenta de distância mínima foi criada depois de um outro caso de assédio parecido ter sido denunciado em 2021, no qual uma avatar feminina teria sido apalpada.
Geralmente, os assédios virtuais acontecem com as mulheres, e o mais comum é o da linguagem abusiva e insultuosa, em que 58% das meninas relataram já terem vivido ou conhecerem meninas que enfrentaram a situação. Em seguida está o body shaming, que é direcionado ao corpo da mulher, com uma porcentagem de 54%. Com 52%, está o constrangimento proposital. Outros tipos de assédio também acontecem, como ameaças de violência sexual, comentários homofóbicos, racistas ou perseguição.
Por esses motivos, é necessário muita atenção e cuidado ao utilizar os meios virtuais. Como tudo, existem pontos positivos e negativos no uso da internet, que pode ser muito facilitadora para diversas situações (como no crescimento de uma marca), mas que apresenta perigos e exige um ponto de alerta. Agora, queremos saber: como você, que está inserido nesse mundo digital, se previne dessas situações?
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